Na
prateada madrugada caminho na praia
Ao
horizonte um manto negro
Com
vários furos celestiais
Vez
ou outra um astro rasga o manto
E
num segundo esse encanto
Revela
apenas o infinito
As
ondas lambendo minhas pernas
Em
um louco frenesi
Chamam
a atenção para si
Passo
a mão por entre suas águas
Jogo
para cima
Onde
a faço minha chuva, minha musa
Que
toca meu rosto escorre minha boca
E me
dá o tempero da vida.
Em
seu abraço de movimento natural
Sorrateiramente
leva consigo
A
areia que delineia o continente
A
madrugada é calma
O
mar mostra a sua alma
Em
um espelho sobre a superfície
Onde
reflete a meiguice
Do
luar todo estrelado
Nadar
no ar, voar no mar.
É
madrugada de espelho
Que
ao olhar fico paralisado
E
meus pés sendo tirados
Pelas
ondas do abraço.
Não
consegui mais resistir
Olhei
para o céu e caí
Nos
braços da minha onda
Agora
um beijo em minha face
Meu
corpo em seu enlace
Na
empatia do afeto.
Marcos França
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