domingo, 24 de outubro de 2010
Vida no Semáforo
Verde, amarelo, vermelho,
Uma moeda seu moço?
Sim, não, um conselho?
Alma no fundo do poço!
Cara suja cabelos sebosos,
Implora o menino nos carros.
Vidros fechados, intocáveis receiosos,
Amaldiçoado unipresente descaso.
No alto três luzes celeste,
Ascedem, apagam, eis a esperença.
Vermelho em boa hora vieste,
Para estender a mão a uma criança.
Ao ascender o verde,
Faz-se trocar os clientes.
Escalda o sol, suor, calor e sede,
Na chuva gripe e febre ao inocente.
No amarelo forçam passagem,
Pois o tempo é dinheiro.
Não percebem a dolorosa paisagem,
Um pobre menino em desespero.
O mundo já te condenou,
Filho do crack em mãe precoce.
Opção, a vida te ofertou?
Deram-lhe fél, para que esta adoce.
Por entre os carros foi prensado,
Suspirou profundo e agonizou.
Seu corpo na avenida deitado,
Morte que ninguém notou...
Marcos França
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Caro amigo , que poesia !!!
ResponderExcluirEssa é sensacional!
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