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domingo, 19 de junho de 2011

Um pobre nobre vira lata



A noite está chuvosa,
Poças formam-se nos logradouros.
Um vira lata desvairado, delirante,
Morde os pingos que caem,
Enquanto olha para o alto e
Contempla toda a beleza da lua.
Molhado, faminto e mal cheiroso,
Fixa o olhar e a imagina uma rainha nua,
Mas como súdito de um mundo real,
Revira lixo e rola na lama.
Dos restos encontrados no monturo,
Faz um delicioso banquete,
E sob a marquise monta sua cama.
Na sua angustia verte uma lembrança,
Do mundo que sonhava quando criança, 
Onde todos os corações eram iguais,
Viam no mundo toda a esperança.
Ser um vira lata humano,
Filho bastardo desta sociedade,
Leva-o a rezar pela fartura,
Dos privilegiados nesta desigualdade.
Pois deste sobrarão às migalhas,
Que virão a estes lixos para sua sorte,
Abençoadas sobras rejeitadas,
Que retardará a sua morte...


Marcos França

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